12 de março de 2013

Dos filmes que eu indico

Em busca de Pandora

Seres perfeitos. Respeito pelos outros e pela natureza. Amor pelos irmãos. Confiança acima de tudo. União.
Essas deviam ser palavras comuns a nós e, no entanto, nos despertam algo semelhante à… esperança. Esperança de que um dia tudo seja baseado nesses princípios. Esperança de que sejamos perdoados por nos faltar tanto caráter, tantas virtudes. Talvez, para alguns, esperança não seja a palavra certa. Talvez desperte algo mais próximo a arrependimento. Arrependimento por não correr atrás dessas coisas especiais chamadas qualidades. Não correr atrás do que nos traz humanidade.  O filme Avatar é um tapa na cara de todo mundo. Traz à tona uma realidade muito mais próxima da nossa do que se pode imaginar. Depois de ler algumas críticas, fiquei intrigada por tantos elogios. Era possível que o filme fosse assim, tão perfeito? Só conferindo para ter a resposta. E foi exatamente o que eu fiz. Ontem, durante as duas horas e cinquenta minutos de uma aventura fantástica, com efeitos magníficos e uma mensagem inexplicável, eu tive certeza de que finalmente encotrei um filme digno da minha total admiração. Admiração pelo autor de uma história tão tocante e linda, pela mensagem passada e, claro,  pela produção do filme. Começa pela trilha sonora, depois o ótimo elenco e o nomeadíssimo autor e diretor, James Cameron. Não podemos subestimar o cara responsável pela maior bilheteria da história do cinema (subestimá-lo estava longe das minhas intenções), mas jamais imaginei que fosse ficar tão encantada por um filme como fiquei por Avatar. O universo lindo de Pandora, o planeta imaculado onde todos os seres se importam com os outros, onde a natureza é tida como responsável por tudo e por todos, respeitada acima de todas as coisas, é o alvo da ganância e mesquinharia do ser humano. Em Pandora, há uma ligação palpável entre seus habitantes e tudo que os cerca. Uma mágica sem fim, transposta para as telas de maneira com que os espectadores se sintam parte de toda a realidade dos Na’vi, os habitantes lindos que assustam à primeira vista. O selvagem, original, curioso e lindíssimo povo de Na’vi encanta não somente pela aparência. É inegável que contém uma graciosidade escondida sob a primeira impressão de gigantes de três metros de altura, azuis com caudas compridas e toda a aura selvagem. Assim como é inegável o fato de conquistarem os espectadores ao longo da história, com a suavidade de seus movimentos, o modo de ver a vida, a maneira como são interligados aos seus iguais e à criadora de todos, a divindade Eywa. Incrível como pode ser emocionante sentar-se por quase três horas e assistir a uma história que, sem dúvidas, tem muito da nossa própria. Um lugar de uma perfeição indescritível, destruído pela mente doentia de uma minoria movida pela ganância e pelo poder – retratado no filme através de tecnologia e muito dinheiro.
Ao término do filme, quando as luzes se acendem e está na hora de levantar e sair da sala, vem aquela vontade de mudar, de fazer a diferença no mundo. É a hora daquele banho de realidade, daquele momento em que você percebe que – COMO PODE! – somos tão mesquinhos. Futilidade. Banalidade. Superficialidade. Essas sim são as palavras que regem o nosso mundo.

Texto escrito em 24/12/2009