22 de abril de 2013

Tu tu tu

O que nunca consigo dizer é que apenas um olhar trocado contigo é suficiente para agitar meu âmago e despertar as borboletas dentro de mim.
Só um beijo é suficiente pra me levar às alturas. Só um toque e já sou totalmente tua.
O que nunca consigo mostrar é que, independente da circunstância, basta colar tua mão na minha e meu corpo inteiro é paz.
Basta me dizer "olá" e nunca mais pensarei no "adeus".

19 de abril de 2013

"Nós somos infinitos"...

... diz o personagem do livro bonitinho.

Já eu diria que, hoje em dia, infinitos mesmo são os círculos escuros ao redor dos meus olhos. Infinito é o sono irrefreável que bate entre as duas e as três da tarde. Infinito é o desejo de esvaziar a cabeça e permanecer deitada durante um dia inteiro.

Cabe ressaltar, no entanto, que o que parece infinito nem sempre o é. E que um infinito sempre cabe dentro de outro. Desse ponto de vista, eu digo que infinito é nosso impulso de reclamar de tudo. Talvez, se parássemos por um segundo, perceberíamos que estamos diante da chance de praticar tantos outros infinitos, como a paciência, a simpatia, a boa vontade, o esforço, o bom-humor...

Dentro dos meus infinitos, vou tentando colocar mil outros.

18 de abril de 2013

Das coisas que me fazem quem sou

Eu sou a garota que fala e ri sozinha, sou aquela que lê um livro por semana, aquela que sonha em constituir uma família bem grande. Sou a garota que pretende publicar seu primeiro romance antes dos 30 anos, aquela mesma que pretende ser, um dia, arquiteta bem-sucedida. Sou a garota que sempre acordou mais cedo do que os outros e, talvez por isso, sempre encontrou assunto para conversar com os pais dos amigos. Sou aquela garota que range os dentes enquanto dorme, que tem dores de cabeça crônicas e que come feito louca. Aquela mesma, que você às vezes confunde com seu amigo, pelas conversas com excesso de besteiras e considerável pobreza de futilidades.

Sou a garota que nasceu pra andar de tênis e às vezes sobe no salto, mas que gosta mesmo é de usar o chinelo do namorado. Aquela, que traduz nas próprias personagens mil e uma personalidades de si mesma. Sou aquela que não gosta de dividir garrafa de água, que ama sorvete de ameixa e que poderia comer pizza o dia todo, todos os dias.

Aquela mesma garota que, se sobrar dinheiro na mão, compra passagens ao invés de roupas.

Sou aquela garota que se vale do conjunto café, coberta e livro, na solidão, e, na companhia do amante, cafuné, coberta e conversas sem palavras. Na companhia dos amigos, sou aquela que prefere o que a maioria preferir - nunca por falta de posicionamento, mas por grande parcela de boa vontade. Sou a distraída e observadora ao mesmo tempo, a garota que percebe mais e fala menos. A mesma que, quando desembesta a falar, ninguém freia.

Sou aquela garota que tem um fraco por Peter Parker, que brincou de Barbie até os 15 anos e que não gostava de dançar, até descobrir que dançar com quem se gosta é ato praticamente natural. Sou a garota que faz listas de lugares a conhecer, a garota que demora pra dar o braço a torcer e que precisa provar pra si mesma, um par de vezes, que realmente precisa de alguma coisa antes de comprá-la.

Sou a garota que cora com extrema facilidade, que faz um barulho engraçado quando dá risada e já quis ser médica, professora, atriz, advogada, dentista e jornalista, mas hoje quer mesmo é ser feliz.

Egoísmo interdependente

[...] Nós dependemos da felicidade alheia, também. É praticamente inconcebível, para nós, conter a felicidade diante da tristeza dos outros. Se são desconhecidos, vá lá, damos nossas escorregadas. Mas quando se trata de alguém que nos é querido, somos obrigados a respeitar. Aí acabamos ficando duplamente chateados: porque um amigo está triste e porque isso mina nossa felicidade, no sentido de que não podemos sair cantando e dando pulos de alegria quando a pessoa ao lado está enterrada na fossa.

O fato é que não temos nada de altruístas. Não naturalmente, porque nossa essência é egoísta. Não suportamos ficar tristes por tempo demais. Na maior parte das vezes, não porque é fardo pesado, doloroso, mas simplesmente porque não conseguimos lidar com a ideia de todos ao nosso redor estarem felizes enquanto nós passamos por um mau momento. Talvez por isso você coloque uma máscara e finja estar tudo azul quando alguém te encontra em meio a uma crise. Talvez por isso você seja incapaz de dizer "está tudo uma droga, mas vai passar. E você, como vai?" e, ao invés disso, siga optando entre o cortante "tudo ótimo" e "nada dá certo na minha vida", queridinho das vítimas de plantão. [...]

15 de abril de 2013

Do tempo em que tudo começou

O dia amanhecera ensolarado e congelante, com aquela sensação tão conhecida e querida pela garota. As lembranças foram irrefreáveis. Como se relaxassem os músculos retesados sob o sol, os braços se tocavam quase por acaso e os olhos, cúmplices, se encontravam: ora escondiam, ora revelavam.

9 de abril de 2013

Por que não ficção?

É na fantasia que muitos buscam distração. A afirmativa procede, sem, no entanto, constituir um argumento substancial no esforço para valorizar a realidade em detrimento do surreal. É comum encontrar quem defenda que a literatura ficcional não é digna do mesmo apreço direcionado à que retrata a realidade. Quando se trata da ficção fantástica, então, o descaso torna-se ainda maior. Quem já ouviu alguém dizer "ah, mas esse livro não conta!" ao expor que estava lendo um dos livros da série O senhor dos Anéis ou Harry Potter ou quem já foi rotulado de infantil, exótico e até mesmo lunático pelo simples fato de carregar debaixo do braço um exemplar de As Crônicas de Nárnia em lugar de As pupilas do senhor reitor sabe que o preconceito existe. A pergunta que fica é: Por quê?
É verdade que ler um livro como Olga, de Fernando Morais, é bastante enriquecedor no que diz respeito aos conhecimentos históricos, adquiridos graciosamente em meio à leitura atraente do romance de caráter biográfico. Outra verdade é que, ao nos depararmos com romances não fantásticos, temos a oportunidade de nos identificarmos mais facilmente com as personagens, com os cenários e com as tramas. Entretanto, é fato que a maior parte do que lemos necessita avidamente de imaginação fértil para surtir efeito sobre nossas mentes. Por exemplo, quando você escuta um relato de um acontecimento verídico, é necessário que faça uso da sua imaginação para conseguir retratá-lo de maneira a absorver a informação. Da mesma forma, quando você lê uma história, é preciso utilizar as informações recebidas, mesclando-as com seu potencial de imaginar para conseguir visualizar algo que lhe foi transmitido apenas por meio de palavras. E esse processo independe do gênero literário: pode se tratar de uma peça teatral, romance policial, ficção fantástica, biografia romanceada, romance psicológico, crônica ou ficção científica. Uns exigem mais, outros menos, mas a necessidade de fantasiar está implícita em todas as leituras.
Talvez seja um problema de mentes incapazes de compreender o prazer de ser um leitor pleno, que se regozija ante todo e qualquer tipo de literatura de qualidade. Talvez seja apenas uma rivalidade desnecessariamente forçada entre o real e o surreal. Tanto faz descobrir qual é a força motriz do preconceito que permeia a ficção fantástica. Importante mesmo é saber que não há motivo algum para desqualificar a leitura preciosa dessas obras e todo o encantamento ao redor de universos inteiros criados a partir do maravilhoso e simples ato de imaginar.

*Texto produzido para a disciplina de Textos Publicitários, em 2011.

2 de abril de 2013

O que tiver pra hoje

Eram apenas crianças aos olhos do mundo, mas se amavam e afirmavam que o mundo era pequeno demais para comportar tamanho sentimento. Eram velhos demais aos olhos dos que mal aprendem a caminhar sozinhos e tropeçam em si mesmos, imersos na ânsia do próximo passo, mas se acarinhavam como amantes que não anseiam o amanhã: vivem apenas o hoje.